Last updated on 30 de outubro de 2025
A seca castiga o Piauí novamente, levando o Governo Estadual a decretar situação de emergência em 119 municípios, enquanto o sertão piauiense sem água enfrenta o calor extremo de setembro a dezembro. Críticos apontam que o problema anual revela o fracasso da política hídrica estadual.
O drama da seca se repete todos os anos, com a estiagem prolongada entre setembro e dezembro, transformando o cotidiano das comunidades rurais em uma luta diária pela sobrevivência. Famílias enfrentam o desespero de ver reservatórios secando, plantações morrendo e animais agonizando de sede.
Apesar do decreto de emergência, que abrange 119 municípios, a medida se repete anualmente, sendo vista por críticos como uma “confissão de fracasso na política hídrica estadual”. Em vez de investimentos em adutoras, cisternas e poços artesianos, o que se observa é a manutenção de uma “velha e perversa ‘indústria da seca'”.
Agricultores e moradores dependem de caminhões-pipa. O uso desse recurso é caro e não resolve o problema de forma definitiva, perpetuando a dependência e impedindo o desenvolvimento sustentável das comunidades.
Tiago Junqueira, presidente do Partido Liberal (PL) e pré-candidato ao Senado, atribuiu a persistência do problema à falta de vontade política e planejamento. Junqueira afirmou ser inaceitável a situação enfrentada pela população: “É inadmissível que, em pleno século XXI, o povo piauiense ainda precise escolher entre comprar comida ou pagar por um caminhão-pipa. A seca não é novidade — o que falta é vontade política e planejamento. Investimentos estruturantes, como a Adutora da Serra da Capivara, a ampliação de programas de cisternas e a gestão integrada dos recursos hídricos, poderiam mudar essa realidade”.
Segundo ele, a política hídrica estadual deve priorizar a infraestrutura e a gestão inteligente. Junqueira defendeu que “com investimentos em infraestrutura hídrica e gestão inteligente, o Piauí pode finalmente erradicar a indústria da seca, levando dignidade e oportunidades para o semiárido e impulsionando a produção agrícola e a pecuária, principalmente nas regiões afetadas”.
Enquanto as soluções estruturantes não chegam, o Piauí permanece refém da omissão governamental, e o sertanejo continua vivendo sem água, sob o sol escaldante, aguardando promessas.
