Last updated on 27 de maio de 2025
A vereadora de Teresina, Tatiana Medeiros (PSB), recebeu alta do Hospital da Polícia Militar (HPM) na manhã desta sexta-feira (23) e foi reconduzida ao Quartel do Comando Geral (QCG) da PM, onde está detida desde o início de abril. A parlamentar, que foi presa em uma operação da Polícia Federal, estava internada desde a última quarta-feira (21) devido a complicações pelo uso excessivo de medicação.
Afastada do cargo e ré por corrupção eleitoral e organização criminosa, a situação da vereadora envolve desdobramentos na saúde, na justiça e na política em Teresina.
Internação por excesso de medicação
A vereadora foi inicialmente internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) na quarta-feira (21), após fazer uso de uma quantidade excessiva de medicamentos para o controle da pressão arterial. No dia seguinte, foi transferida para o HPM, onde foi atendida pelo médico plantonista da unidade e também avaliada por um psiquiatra.
Inicialmente, havia a intenção de levá-la ao Hospital Areolino de Abreu, principal hospital psiquiátrico da capital, mas a diretoria da unidade afirmou que ela não “preenchia os requisitos” para o atendimento no local. Uma tentativa da família de encaminhá-la a uma clínica particular foi negada pela Polícia Militar, responsável pela custódia, por “questões de segurança”. Assim, ela permaneceu no HPM até sua alta nesta sexta-feira.
Prisão e acusações de corrupção eleitoral
Tatiana Medeiros está detida desde 4 de abril, um dia após ser presa pela Polícia Federal em uma operação. A investigação aponta que a campanha que a elegeu em 2024 foi custeada com “recursos ilícitos oriundos de uma facção criminosa”.
Como consequência da prisão, a parlamentar foi afastada do cargo na Câmara Municipal de Teresina. O presidente da Casa, vereador Enzo Samuel (PDT), já declarou que o parlamento pretende convocar seu suplente caso o afastamento complete 60 dias.
Decisão da Justiça: vereadora se torna ré
Na esfera judicial, a situação da vereadora se complicou na última terça-feira (20), quando a Justiça Eleitoral aceitou a denúncia contra ela. Tatiana Medeiros e outras oito pessoas, incluindo familiares, tornaram-se réus pelos crimes de corrupção eleitoral, organização criminosa e outros.
A juíza Gláucia Mendes de Macêdo, da 98ª Zona Eleitoral, também decidiu manter a prisão preventiva da vereadora e de seu namorado, Alandilson Cardoso. Outras medidas cautelares, como a suspensão das atividades da ONG “Vamos Juntos”, fundada por Tatiana, foram igualmente mantidas pela Justiça.

